Mestre em direito social por uma das mais renomadas universidades do mundo, a francesa Sorbonne, Zeca Baboin, 28, está convencido de que é mais fácil conseguir o título no exterior do que reconhecer o diploma aqui.
Desde que concluiu o curso e voltou para São Paulo, em 2011, ele tenta validar sua pós para colocar o título de mestre no currículo.
"A burocracia e os custos são imensos", reclama Baboin, que estima ter gasto R$ 2.000 com taxas e traduções para defender a tese novamente. O processo ainda está em andamento.
A reclamação tem se tornado recorrente diante do maior interesse do brasileiro em estudar fora –muitas vezes incentivado por bolsas de estudo de agências de fomento, como Capes e CNPq.
O reconhecimento do diploma, no entanto, passa pela apresentação de diversos documentos, além do pagamento de valores que podem variar até 14.300%.
Levantamento feito pela Folha junto às 38 universidades brasileiras que mais oferecem cursos de mestrado e doutorado no país revela que as taxas para revalidação do documento variam de R$ 80 a R$ 11,5 mil.
A mais cara é a PUC-SP, que cobra R$ 9.240 para o mestrado e R$ 11.550 para o doutorado. Desse total, 30% é desembolsado pelo candidato no início do processo. O restante só é pago se o estudo for aprovado em análise prévia e seguir para uma segunda etapa.
Segundo Mercedes Crescitelli, assessora da pró-reitoria de pós-graduação da universidade, o valor é destinado, principalmente, ao pagamento dos docentes encarregados de analisar os pedidos.
Fonte: Folha de SP