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Publicado em Jan. 22, 2011, 8:30 p.m. - Notícias Fitrae

O Aumento de Salários dos Parlamentares




CRÔNICA


Não sei se é uma impressão, mas já percebeu que quando se fala em gastos com saúde, educação, segurança, previdência social, e outros aspectos da gestão pública, existe sempre escassez de recursos, não passa ano que não apareça um iluminado para sugerir um imposto ou uma taxa a mais, ou seja, é como se nestes momentos tomados de uma alta prudência administrativa os recursos públicos fossem tratados como que altamente escassos. Entretanto, bastou começarem a defender maiores benefícios para os mesmos donos desse discurso, os políticos que exercem a gestão público, o que ocorre geralmente em início de mandato, quando eles não estão muito aí para o eleitor que já lhes premiou com um bom prazo na cadeira, começa surgir uma espécie de espírito natalino que congrega-se com o espírito de corpo, e assim desaparece o discurso da escassez de recursos, e surge a oratória do mérito, onde os próprios contemplados entendem que eles são merecedores. É interessante por que embora eles sejam os representantes da população são os próprios que reúnem-se e decidem: nos vamos ganhar mais, mesmo que a população seja contra, mas não vemos a mesma dedicação em torno de reuniões para dizerem: nos precisamos melhorar os serviços e cobrar menos impostos, mesmo que a população seja a favor. Aliás falar, fala-se muito, entretanto, os serviços ficam pelo caminho, e os impostos ao contrario do discurso, estes aumentam. Quanto ao discurso em benefício próprio estes parecem ser seguidos a risca. Pois, bem, o último reajuste não por acaso faz três anos, a mesma inflação que eles eventualmente esquecem de atualizar a tabela de desconto do imposto de renda, eles lembram perfeitamente da existência quando se trata de melhorar a própria renda. É claro que pode-se dizer que é mania de perseguição então vamos a informação. Quanto ganha hoje um deputado ainda sem o reajuste desejado: R$ 16.500,00. Achou muito? Achou pouco? Ainda não é hora de achar, pois não é só isto, este é o salário , pois para ele prestar um bom serviço ele tem a chamada verba de gabinete para pagar seus assessores, são mais R$ 60.000,00, são bons recursos já imaginou quantas empresas brasileiras tem um folha de pagamentos neste valor? Mas este valor é para o político pagar para outros, mas veja bem dá para se contratar pelos 10 cidadãos ganhando R$6000,00 cada, o que mostra que não será por falta de bom assessoramento que o dito político não tem oportunidade de prestar um bom serviço. Mas não é só, afinal não basta ter assessores tem que se ter uma estrutura, para isto então são mais R$ 15000,00, a serem usados em despesas, tais como: de escritório, alimentação, serviços de consultoria , de pesquisa, segurança, assinaturas, TV a cabo, internet, transporte e hospedagem do parlamentar e de seus assessores, é claro que tudo isto deve ser contabilizado, e se não gastar tudo, se acumula o saldo para o próximo mês, mas para não deixar que abusem a conta é zerada de seis em seis meses. Terminou? Não. Os tais tem que usar telefone e correio, e para isto são mais R$ 4.268,55, eles falam e escrevem muito. Mas tem mais, ou o governo dá um lugar para o sujeito morar em Brasília, ou então ele tem mais R$3000,00 para pagar de aluguel ou hotel, basta apresentar os recibos. Mas eles não precisam ficam só em Brasília, lá não é o seu lar, também se paga para retornarem a terra natal e voltar, aí é mais do que justo, pago conforme a distância, para os deputados do próprio distrito federal R$ 3764,58 de passagem aérea, para algum acreano mais longe R$ 14,247,79. Por fim tem os gastos com publicação, aí depende da quantidade de impressos das publicações, as impressões de discursos, projetos, pareceres, cartões pessoais de apresentação, folhas padronizadas e textos que contenham legislação ou material de interesse público. Como se vê eles estão devidamente bem preparados para prestar um serviço, talvez por isto ajuntando tudo isto dê algo em torno de R$ 97.760,88, de gasto por parlamentar. Ou seja, é isto que está pouco para este grupo de pessoas que nos prestam tão relevantes serviços, e são nossos funcionários. Se é justo ou não, você decide.




Professor da UNIFAE, centro universitário em São João da Boa Vista-SP. Ex-Presidente do IPEFAE (2007/2009). Economista pela UNICAMP, pós-graduado em Economia de Empresas UNIFAE, com Mestrado Interdisciplinar em Educação, Administração e Comunicação pela UNIMARCO. Doutorando em Educação pela UNIMEP Comentarista Econômico da TV UNIÂO. Membro da Academia de Letras de São João da Boa Vista-SP, Cadeira nº06, Patrono Mario Quintana.
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