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Publicado em March 4, 2014, 8:57 a.m. - Notícias Fitrae

Mulheres no contexto histórico do trabalho

As mulheres têm uma data especial, 8 de Março – Dia Internacional da Mulher. No entanto, esta não foi criada simplesmente para a sociedade valorizar o papel feminino como mãe e responsável pela família. Claro, essa é uma sublime tarefa, ser a tutora do lar, jamais negaremos. No entanto, a data específica 8 de março tem significados mais profundos, faz referência histórica do papel da mulher na sociedade, o empoderamento do sexo feminino na construção de um novo paradigma, onde deixou de ser subordinada ao machismo inconcebível  e passa a ser protagonista na luta da igualdade social e trabalhista.


Inúmeras são as teorias relacionadas à escolha data 8 de março, muitos consideram que se originou após um incêndio na fábrica da Triangle Shirtwaist, em Nova Iorque, que ceifou a vida de 146 trabalhadores - a maioria costureiras. O número elevado de mortes foi atribuído às más condições de segurança do edifício. No entanto, historiadores já afirmaram que o fato é verídico, mas que não foi o estopim para a escolha da data.


Na virada do século XX, momento em que ocorria a Revolução Industrial e a Primeira Guerra Mundial, as mulheres começaram a ser requisitadas para trabalhar, em massa, nas grandes indústrias. No entanto, as péssimas condições de trabalho frequentemente insalubres e perigosas, eram motivo de frequentes protestos por parte das trabalhadoras.


As primeiras manifestações por meio de datas direcionadas às mulheres ocorreram nos Estados Unidos e na Europa. No entanto, o 8 de março, foi consolidado como Dia Internacional da Mulher por meio de manifestação das mulheres russas por melhores condições de vida e contra a entrada da Rússia czarista na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), desencadeando, inclusive, a Revolução de 1917.


Dados históricos comprovam que durante a II Conferência Internacional de Mulheres Socialistas na Dinamarca, no ano de 1910, foi aprovada uma resolução para a criação de uma data anual para comemorar os direitos da mulher tendo como objetivo honrar as lutas femininas e obter condições de implantar o direito a voto. Diversos protestos ocorreram contra a Primeira Guerra Mundial e no dia 8 de março de 1917 (23 de fevereiro no calendário Juliano, adotado pela Rússia até então), numa manifestação, que reuniu cerca de 90 mil operárias, contra Czar Nicolau II, em razão das más condições de trabalho, a fome e a participação russa na guerra, em um protesto conhecido como ‘Pão e Paz’, a data consagrou-se, embora, somente no ano de 1921 foi oficializada como Dia Internacional da Mulher.


Em 1975, a ONU oficializou o dia 8 de março como o Dia Internacional da Mulher. A fixação da data é o reconhecimento de toda a luta feminina em busca da igualdade, valorização e respeito.


Graças a luta incansável, hoje, as mulheres conquistaram espaço nos direitos trabalhistas e sociais. No entanto, ainda há muito que avançar. Hoje são muitos os entraves como desigualdade salarial, preconceito, assédios, entre outros. Prova disso, é que a última pesquisa realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgada em 2014, as mulheres ganham, em média, o equivalente a 73,6% do rendimento médio recebido por homens. Em valores, a média do salário das mulheres é de R$ 1.614,95, enquanto a dos homens chega a R$ 2.195,30. Os dados referem-se ao ano de 2013.


De acordo com pesquisa do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), no ano passado 53,9% dos trabalhadores que procuraram emprego há menos de um ano foram mulheres. A taxa aumentou entre os desempregados há mais de um ano: nesta situação, 63,2% foram mulheres.


Esses dados só reforçam que a articulação para a valorização da mão-de-obra  feminina ainda carece de fortalecimento. As mulheres precisam estar cada vez mais organizadas, buscar o apoio de suas bases sindicais, enfim, somar esforços para que no dia 08 de março sejam lembradas não apenas pela doçura, mas, principalmente pela força e representatividade da mulher na sociedade.


 


Fonte: Adriana Souza Miceli - Assessora de Imprensa da Fitrae MTMS


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