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Publicado em March 22, 2012, 9:12 a.m. - Notícias Fitrae

Dia mundial de combate ao racismo: movimento aponta desafios

Para lembrar a morte de 69 jovens no dia 21 de março de 1960, em Joanesburgo, capital da África do Sul, que ficou conhecido como o Massacre de Shaperville, e marcar a luta contra o preconceito racial no mundo, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu este como Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial.


Cerca de 20 mil pessoas saíram às ruas para protestar contra a Lei do Passe, que obrigava a população negra a portar um cartão com os locais por onde era permitida sua circulação. Apesar de tratar-se de uma manifestação pacífica, a polícia do regime de apartheid abriu fogo contra a multidão, resultando em 69 mortos e 186 feridos.
 
Passados 52 anos do massacre na África do Sul, antigos exilados e presos políticos que se tornaram heróis da pátria já assumiram o comando do país. Atualmente, o país africano trabalha pela reconciliação e para existência de uma nação multirracial.
 
“Agora, o desafio é promover o desenvolvimento econômico dos países africanos, a luta contra desigualdade e contra a pobreza. Sob a inspiração da luta contra o apartheid, nenhum estado nacional na atualidade tem leis oficialmente racistas ou segregacionistas”, ressaltou Edson França, presidente da União de Negros pela Igualdade (Unegro).
 
No Brasil, o historiador e militante do movimento negro lembra que as conquistas de negros e negras são fruto da mobilização da sociedade civil desde a década de 1970, quando ganharam as ruas e integraram organizações partidárias para denunciar o racismo e a opressão sofrida.
 
“O movimento negro é o principal protagonista da luta pela emancipação da população negra. Há alguns anos, durante o governo Lula, os movimentos conquistaram uma secretaria nacional de políticas de promoção da igualdade racial, a Seppir. Daqui pra frente, é preciso organizar as demandas, apresentar propostas que se constituam em reais soluções aos problemas apresentados, acompanhar a implantação e avaliar os impactos das políticas”, avaliou Edson, que lamenta a baixa representação negra nas casas legislativas.
 
A entidade fez um levantamento sobre a representação negra no legislativo brasileiro, que constatou a existência de apenas 43 deputados federais auto-declarados negros. Ou seja, 8,4% do total de 513 parlamentares, num país onde o último censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) registrou mais de 50% da população auto-declarada negra ou parda.
 
Segundo a Unegro, existem sete Estados sem negros em suas Assembleias Legislativas. São eles: Paraíba, Paraná, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Amazonas e Mato Grosso do Sul.
 
Em um comunicado divulgado nesta quarta-feira (21), para lembrar os 9 anos da Seppir, a ministra Luiza Bairros ressaltou a importância do engajamento político.
 
"Daí a importância do engajamento partidário que, no processo eleitoral, poderá fazer avançar o cumprimento do Estatuto, essencial à democracia e à superação das desigualdades raciais - o núcleo mais resistente das nossas desigualdades”, declarou Luiza Barros, referindo-se ao fato de que a eleição deste ano será a primeira depois da aprovação do Estatuto da Igualdade Racial, instituído pela Lei 12.288, em julho de 2010.
 


Fonte: Site vermelho.org.br

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