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Publicado em May 25, 2016, 4:54 p.m. - Notícias Fitrae

CTB: Lideranças sindicais convocam unidade entre as centrais para enfrentar o desemprego no Brasil

Ao longo de toda a terça-feira (24), dirigentes sindicais e pesquisadores do mundo do trabalho se reuniram no Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), no centro da capital paulista, para o seminário Enfrentando o desemprego: desafios da luta sindical.


O propósito do encontro, nas palavras do diretor do Dieese, Clemente Ganz, é reverter "o Brasil x Alemanha" que vem se desenhando no horizonte trabalhista e buscar, juntos, construir ações propositivas para enfrentar a severa crise que afeta o país. "O movimento sindical cresce na adversidade porque sabe se organizar. E não vai ser fácil, será uma longa luta", disse.


"Se depender de Meirelles, ele privatiza até o presidente da República", diz Gomes


O secretário-geral da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil - CTB, Wagner Gomes, ressalta a importância e a responsabilidade das centrais neste processo. "Se tem uma coisa que deu muito certo é esta unidade das centrais. Assim conquistamos a valorização do salário mínimo. Temos de ver o que nos une e batalhar para sair", diz.


Para Wagner Gomes, um estado com a política que vem sendo anunciada pelo governo interino de Michel Temer, com cortes radicais de recursos, seguramente irá manter ou piorar o quadro de desemprego. "Era preciso fazer o inverso: o estado tem de investir na produção para fazer a economia girar. Mas se depender do ministro da Fazenda (Henrique Meirelles), até o presidente da República, se ele puder, ele privatiza".


O grave quadro geral do emprego no país exige que se coloque em ação novamente a unidade das centrais em favor da classe trabalhadora, como se fez no ano passado ao se pactuar com o empresariado no Compromisso pelo Desenvolvimento e os sete pontos defendidos para a retomada do crescimento econômico. E as seis centrais sindicais (CTB-CUT-UGT-NCST-Força-CSB) representadas no seminário estão dispostas a dar a sua contribuição.


Desemprego no Brasil do século XXI: mais tempo na escola, mais tarde no mercado


A classe trabalhadora brasileira do século XXI guarda características peculiares, segundo estudos de pesquisadores apresentados no seminário. Lúcia Garcia, especializada nas técnicas de medição do mercado de trabalho, atua como Coordenadora Nacional do Sistema Pesquisa de Emprego e Desemprego, complexo estatístico que acompanha os movimentos mensais da força de trabalho e do desemprego em sete importantes capitais do país.


Ela destacou que o desemprego de 10,9% que se vê hoje no país é um fenômeno diferente de outras crises brasileiras porque afeta um trabalhador ou trabalhadora de formação elevada, chefe de família com experiências anteriores e que busca novo emprego há seis ou 12 meses, ou seja, um período prolongado que não se vê atendido pelas três parcelas de seguro-desemprego previstas hoje em lei.


O professor da Unicamp Paulo Baltar, pesquisador do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho (Cesit), fez um balanço da situação geral do emprego no país e chamou a atenção para o fato de que, diferente do que se via na crise dos anos 1990, hoje há menos jovens de 16 a 20 anos empregados e há um aumento do nível de escolaridade do trabalhador. O adiamento da entrada no mercado de trabalho e a ampliação do tempo investido em formação moldaram uma realidade nova no Brasil e sinalizam um importante avanço na sociedade que não deve ser desprezado.


Fonte: Natália Rangel - Portal CTB

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