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Publicado em Sept. 29, 2007, 10:52 p.m. - Notícias Fitrae

Crise no Ensino médio preocupa a sociedade brasileira

ENSINO MÉDIO
Crise no Ensino médio preocupa a sociedade brasileira

As declarações do Ministro da Educação, Fernando Haddad, sobre a crise no Ensino Médio foram muito discutidas nos meios de comunicação no último período. Um dos principais problemas é a escassez de professores no setor.

Os dados de um relatório apresentado pelo Conselho Nacional de Educação, em maio de 2007, mostram que algumas disciplinas formaram, em 10 anos, metade do número necessário de professores para cobrir a demanda nacional. Matemática é um dos exemplos mais preocupantes. De 1990 a 2001, em todo o País, foram licenciados apenas 55.334 professores para a disciplina. A carência de docentes da matéria no Brasil chega a 106.634.

Podemos nos perguntar a razão que afasta os jovens estudantes da carreia docente. E a resposta parece evidente: o rebaixamento salarial, a precarização do trabalho e a falta de condições adequadas para atuação dos professores. Essas são hoje são as principais causas do baixo interesse dos jovens pela profissão. Segundo CNE, a violência nas escolas e superlotação nas salas são também aspectos determinantes para nesse quadro.

A realidade denota o sucateamento da Educação no País e se reflete diretamente em nossas dificuldades sociais. O que agrava o problema e o torna cíclico é o fato de que o déficit de professores na rede estadual, por exemplo, onde se concentram 85% das matrículas do Ensino Médio, coloca em desvantagem seus candidatos ao vestibular – ampliando o problema e suas conseqüências.

Causas e/ou conseqüências
Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2006 (Pnad) divulgados nesta semana mostram que apenas 47,1% dos estudantes entre 15 e 17 anos freqüentam o Ensino Médio no Brasil. Em alguns Estados do Norte e do Nordeste, esse número não chega a 30%, casos do Pará (28,4%) e Alagoas (25,4%). Além disso, muitos estudantes estão atrasados em seus estudos. Em 2006, entre os alunos de todo o país com idade entre 18 e 24 anos, 12,7% ainda cursavam o ensino fundamental.

A crise do Ensino Médio parece estar restrita a Educação pública, mas é aí que está o engano. Em relação a formação de professores, segundo o INEP (Institutos de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), atualmente a rede privada de ensino superior é responsável por 57% das matrículas e 60,1% dos formandos licenciados neste tipo de graduação, dos que chegam ao mercado de trabalho.

Tais Intituições de Ensino Superior alegam que a falta de persepctivas profissionais no campo do magistério afasta os estudantes. Com isso, as classes formadas tendem a ser pequenas, com mensalidades reduzidas, pois o perfil de aluno matriculado em licenciatura é de baixa renda – com tendência à evasão. Sendo assim, não é difícil imaginar que o interesse dessas instituições por esses cursos é mínimo. Não há investimentos. Afinal não há boas perspectivas de lucro.

Sem contar a falta de qualidade destas instituições, que brotam em esquinas em todo o País, fruto da expansão indiscriminada da rede superior privada nos anos do governo neoliberal de FHC. Com isso ficam as perguntas: que tipo de formação têm hoje os bravos jovens que, em detrimento deste triste cenário para o futuro profissional do professor, seguem seu sonho de lecionar? Como garantir às crianças e jovens do Brasil uma boa Educação básica se a formação de nossos docentes é delegada a Instituições de ensino de quinta categoria, interessadas apenas em obter lucro e vantagens financeiras do seu ‘grande negócio’?

Uma coisa é fato: é preciso haver uma ação ampla e contundente para reverter esse grave quadro. Certamente, por meio de ações e políticas de valorização do professor, associadas a melhor qualificação e condições adequadas de trabalho. Medidas que passam diretamente pela priorização da Educação, como fator estratégico para o desenvolvimento nacional, com garantia de ampliação da verbas para o setor. Somente com investimento e atuação contundente do Estado é que será possível mudar os rumos desse País e garantir um futuro mais digno para a população brasileira.

Publicado em 28/09/07






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