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Publicado em April 24, 2012, 8:03 a.m. - Notícias Fitrae

Campanha pela unicidade sindical terá continuidade nos estados

 




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O secretário de Imprensa e Comunicação da CTB, Eduardo Navarro, avalia que a primeira etapa da campanha publicitária realizada pela Central, a respeito da unicidade sindical, cumpriu seu papel e pode ser analisada de forma positiva. Agora, para que o tema seja mantido em pauta, ele vê a necessidade de os estados entrarem com vigor na campanha.

“Cada sindicalista que concorda com a unicidade sindical deve ser um agente da campanha pela manutenção do Artigo 8º da CLT”, defende Navarro. Nesta entrevista, o dirigente também fala da importância da internet para o debate sobre a organização sindical no Brasil e critica a postura da CUT, que ao defender o fim da contribuição sindical acaba prestando um desserviço ao país. 

Confira abaixo:

Portal CTB – Para aqueles que não estão habituados a essa linguagem específica do sindicalismo, qual o significado do termo “Unicidade Sindical”?
Eduardo Navarro - A Unicidade Sindical é o resultado da experiência de luta da Classe Trabalhadora. Desde os primórdios do capitalismo, com seu nível brutal de exploração, que os trabalhadores desenvolvem as mais diversas formas de luta de resistência, ora para reduzir a jornada de trabalho ou melhorar o salário, ora para combater o próprio capitalismo. Em todos estes momentos a luta exigiu a unidade entre todos os trabalhadores para enfrentar a violência do capital.

Deste ponto de vista, portanto, a unidade dos trabalhadores é histórica. Por outro lado, ao analisarmos a década de 1930, veremos que o Brasil se industrializou a passos rápidos. Nesse período o capital recebeu incentivos do Estado para acelerar e consolidar o capitalismo no país. Como contrapartida para os trabalhadores o governo de Getúlio Vargas consolida em lei todas as conquistas provenientes das greves ocorridas e consagradas em acordos coletivos. Assim foi com a jornada de trabalho, com o descanso semanal e as férias, dentre tantas outras. Inclusive a adoção da Carteira de Trabalho para o registro individual dos direitos.

Porém, a contrapartida mais importante está expressa no princípio jurídico “erga omnes” que repassa a todos os integrantes de uma mesma categoria profissional os mesmos direitos e benefícios conseguidos pelo acordo coletivo de trabalho, para todos independente da filiação ao sindicato. Para fechar o círculo em favor do trabalho fica garantido, assim, na Constituição, a existência de um único sindicato por base e uma contribuição sindical na ordem de um dia de trabalho ao ano.

Esse, portanto, é o significado da Unicidade Sindical que temos expressado em nossa campanha.

Que balanço é possível fazer sobre a campanha de mídia iniciada pela CTB no dia 1º de março? Que resultados ela trouxe?
O balanço é bem positivo. A campanha conseguiu abrir o debate sobre o assunto no meio do movimento sindical. Os sindicalistas já ouvem a mesma pregação sobre liberdade sindical há 30 anos, de forma limitada e parcial. Com essa campanha nós apresentamos ao público argumentos sobre o verdadeiro sentido da liberdade de lutar, mostrando a importância da unidade dos trabalhadores e os interesses que se escondem por traz de um discurso liberal.

A campanha da CTB englobou a exposição em espaços da mídia tradicional e também a utilização da internet, especialmente com a popularização de suas redes sociais. Qual a importância dessa nova mídia para um debate como o proposto pela CTB? Que público se buscou atingir?

Realmente, utilizamos os meios tradicionais como outdoor, busdoor e impressos, e reforçamos a campanha com a veiculação nos meios virtuais através das redes sociais e blogs progressistas porque temos certeza que o movimento sindical está cada vez mais sintonizado com essas novas ferramentas de comunicação.

A partir dessa experiência, como deve ocorrer a continuidade do debate sobre a unicidade sindical? Qual o papel de cada dirigente para que a campanha continue viva?
Podemos dizer que realizamos a primeira etapa da campanha publicitária. Agora é a vez das seções estaduais e dos sindicatos filiados tocarem a segunda etapa com a veiculação de materiais, realização de debates sobre o tema e, o mais importante, com o contato direto com os trabalhadores na porta de fábrica, nas lojas, nas agências para tirar as dúvidas de qual o melhor modelo de sindicalismo o país precisa. Cada sindicalista que concorda com a unicidade sindical deve ser um agente da campanha pela manutenção do Artigo 8º da CLT.

Após o início da campanha da CTB, a CUT parece ter sentido o golpe e resolveu agir de modo semelhante, a partir da bandeira do fim da contribuição sindical – algo que está longe de ser consenso entre os próprios cutistas. Como você tem acompanhado esse debate público entre as duas centrais?
Penso que a CUT apresenta uma campanha deslocada da realidade. O país passa por um momento delicado e de incertezas em que os trabalhadores podem perder muito, diria até que o Brasil pode perder uma grande oportunidade de crescer e se desenvolver, e a CUT traz para o debate, de forma intempestiva, aquilo que não é central para os trabalhadores. Penso que os sindicalistas que não concordam com a fragmentação dos sindicatos deveriam exigir outra postura daquela central.

 
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