Começou n dia 05, em Brasília, a 3ª Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Conapir), que segue até amanhã (7) com o tema “Democracia e desenvolvimento sem racismo”. Durante a abertura, a presidenta Dilma Rousseff assinou a mensagem ao Congresso Nacional enviando projeto de lei que reserva 20% das vagas em concursos públicos de órgãos do governo federal para negros.
Em seu pronunciamento, a presidenta informou que o projeto vai tramitar em regime de urgência constitucional, o que dá à Câmara e ao Senado 45 dias, cada um, para analisar o projeto, sob risco de trancar a pauta de votações. Dilma ainda ressaltou que o projeto será exemplo do que pode ser seguido também pelos poderes Legislativo e Judiciário e por estados e municípios, além de entidades privadas.
A Contee, que conta com uma Secretaria de Gênero e Etnia, também é defensora de medidas que promovam a igualdade racial no mundo do trabalho. A geração de trabalho para negros é a bandeira das centrais sindicais na Conferência, através do combate ao racismo institucional. A secretária de Políticas de Promoção de Igualdade Racial da CTB, Mônica Custódio, afirmou reconhecer os avanços principalmente na educação e na saúde para os negros brasileiros, mas defende que os debates devam incluir as condições históricas para entender a situação de mais da metade da população brasileira. “Afinal, os negros foram trazidos para o país contra a própria vontade e depois na época da abolição dos escravos foram marginalizados de todo o processo de trabalho e distribuição de terras, sendo abandonados à própria sorte pelo Estado.”
Também engajada nessa defesa e na organização da Conapir, a CUT tem relembrado suas ações em prol da equidade racial ao longo de seus 30 anos de atuação. “De alguns anos para cá é evidente que ocorreram mudanças positivas e mudanças significativas, entretanto você não pode apagar séculos de escravidão e de desigualdade em algumas décadas”, afirma a secretária nacional de Combate ao Racismo da CUT, Maria Julia Nogueira. “Muita coisa precisa ser feita para que se possa dizer que somos uma sociedade de iguais.”
Fonte: Contee com informações da CTB e da CUT